Ando à uns dias a torturar-me com tudo o que vivemos.
Tento deixar a poeira assentar e tentar colocar forçosamente
todos os sentimentos de lado.
Não têm sido fáceis estes dias, e teimo em lembrar-me de ti
para onde quer que olhe, para onde quer que vá. Estou a tentar dar passos
pequeninos fazendo o que posso para te esquecer.
Sinto-me bipolar. Tão depressa sinto raiva de ti como sinto
umas saudades horríveis que me sufocam.
O estrago que fizeste foi demasiado, eu nunca devia ter-te
deixado entrar na minha vida. Estou bem quando não me lembro de ti, enquanto
não recordo os nossos momentos, as memórias dolorosas que me deixam um vazio
enorme cá dentro.
Até a tua morte me faria bem. Perdoa-me o egoísmo, mas ás
vezes sonho que morres e me libertas. Só me arrependo de não te ter amado mais
tarde, muito mas muito mais tarde, bem junto à ultima curva.
Não sabes como é horrível saber que demos 80 por uma pessoa
que deu 8, que nem lutou. Dei por mim a colocar todos os momentos em dúvida. A
colocar-te em dúvida.
A história chega ao fim, mas a minha consciência descansa
tranquila ao saber que tudo o que tive contigo foi sincero e verdadeiro.
Recordo agora os sorrisos que me proporcionaste e os que me invadiam sem querer, sempre que falava no teu nome.